desmancho
não mais possível
evaporo
duro e distante
confluídos mentais
encontros de esquina
convergindo em amor
uma manhã nasce com teus olhos em minhas costas
cresço ingênuo, te nutro afeto sutil em pequenas dosagens
fingo não notar: não podes ou não queres?
não respondes, prefiro não poderes
mas em meu suplício, minha ode
fatidicamente não existiremos
porque não temos
não somos
paro
não progrido
estático
embolsado
trancafiado
me roubei de mim
saqueei direitos
e fico imóvel
quase sem respirar
dou-me por vencido
não vejo espetáculos
afasto-me do cinema
do teu olhar
da sombra escura do teu corpo sobre o chão
das tuas olheiras
grito, gemo, sofro em silêncio
canto o teu canto
peço pra ficar
estou fazendo novamente
paro
me atiro contra
não sobro
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