segunda-feira, fevereiro 24, 2014

parado dói mais



é meu, tudo nesse quadrado, tudo aqui dentro,
dado ser impossível saber o que foi ganhado de quem,
e o que foi herdado dos pais, e no meio de tudo que tenho,
e no fundo de tudo que sou: a dificuldade.

penso em ti quando chego revirado em casa pela manhã,
meus dentes estão amarelados, e eu nunca fumei um cigarro,
meu fígado tá podre, e eu tomei um gole de cerveja,
meus olhos estão afundando, e eu nunca peguei uma paixão dessas.

fui só dormir na casa de uma amiga. no escuro, olhos abertos,
pensando no futuro, sempre me proibindo de viver a dor do agora,
o sono me arregala a boca e deforma a face, espreguiço,
estico e retorno a posição inicial que tanto dói, posição mortal

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Belém, Pará, Brazil
Fui aparelhado para gostar de pássaros.